Ernesto Fortunato Neves Santos nasceu há 70 anos no Bairro S. João de Deus em Campanhã. Hoje é o rosto de toda uma freguesia e o espelho, límpido, da mesma. Com a sua humildade, simplicidade, inteligência, resistência, empenho, tem levado a cabo um trabalho que tem como objectivo número um olhar pela comunidade, pelo bem individual de cada Campanhense. Por ser como é, foi para mim um motivo de enorme orgulho sentir o gosto que tem por ser eu, um dos seus, a fazer parte duma equipa que pensa a nova cidade que ali se irá fazer.
Na apresentação de quarta, emotiva, um dos momentos mais extraordinários para mim foi ver a Emília de Castro (nos anos quarenta serviu na casa do Director Matadouro), atravessar toda a nave onde discursava o Presidente Rui Moreira – que como grande homem e humanista que é, interrompeu para a avisar que poderia tropeçar numa das valas laterais – tendo a sua caminhada terminado só num abraço meu.
Houve muita emoção, lágrimas até. Que o diga o Fernando Vasconcelos que há cerca de 25 anos na companhia da sua extraordinária família trocou, pasme-se, o Rio de Janeiro pela Corujeira. O meu Pai, claro. A família, os meus amigos dali, que ainda hoje continuam a enviar-me mensagens de orgulho e a acreditarem no futuro, dando-me uma responsabilidade e vontade extra.
A todos eles, a todos os que cresceram nas ruas de Campanhã e ali, tal como eu, aprenderam o que é viver em comunidade, respeitando o próximo, humildemente, o meu reconhecido e muito sentido obrigado.
Muito do que sou hoje o devo a vocês e tudo farei para o retribuir.
O trabalho continua.

Fotografia: Jorge Garcia Pereira / ©2016